Querido Pai Natal,
Venho por este meio agradecer-te as prendas do ano passado, mas também informar-te das principais diferenças entre um Hulk e uma Barbie: a cor da pele, os músculos, a altura do pescoço, o tom do cabelo, etc.
Gostaria de apelar à tua compreensão e pedir-te que idealizes por um instante a imagem de um rapaz saudável de 8 anos a destruir febrilmente uma cidade de Lego com uma... Barbie?!! Um engano e um engano, todos o cometemos, bem sei. Mas porquê a insistência? Porquê também a casa das bonecas em vez da garagem? O laçarote em vez das luvas de boxe?? Com a consciência de não estar a dizer nada de novo, gostava de relembrar que o crescimento emocional de uma criança é um processo delicado constituído por várias fases distintas que culminam, invariavelmente, na formação do carácter dessa mesma pessoa em estado adulto.
Longe de mim querer responsabilizar-te por algum hipotético incidente meramente pontual ocorrido nalguma dessas fases, que pudesse alterar a minha já solida maneira de estar neste planeta, mas a verdade é que atingi precocemente a puberdade logo em meados de Janeiro devido ao acontecido e, desde então, sou bombardeado por flashes estonteantes de provocantes cenas bordelescas de raparigas nuas a saltar em meu redor, histéricas, a gritarem pelo meu nome. Diz-me, Pai Natal, achas isto normal?
Mas vamos ao que interessa! Este Natal vou querer: uma generosa garrafeira formada por um conjunto de bebidas alcoólicas à tua escolha, um colchão de água (grande, claro) em tom vermelho "relax", uma assinatura mensal da "Playboy" e um saco de preservativos com os mais variados gostos e feitios (novamente à tua escolha).
Encarecidamente, sem ressentimentos e com a esperança de uma boa recompensa...
Joãozinho
Sem comentários:
Enviar um comentário